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Ensaio sobre a relação entre a ciência e a religião

Existem algumas vertentes “filosóficas” que termino por esbarrar (ou procuram debater no blog) de forma repetida: teorias da conspiração, eventos e criaturas paranormais/extraterrenos e o velho debate entre a religião e ciência.

Sobre teorias da conspiração, já debatemos um pouco, no artigo “Teoria da conspiração…contra a nossa inteligência.” , o qual recomendo a leitura. A mais chata atualmente, e não sei bem por qual razão, é a de que o planeta Terra seria plano, conforme pode ler no artigo “Movimento Sociedade Terra Plana (STP), é sério?

É bastante comum que membros de um determinado grupo possuam certa similaridade na escolha da religião (ou de sua ausência). É prática comum me questionarem se pertenço à religião X ou Y, já que são as mais proeminentes em meu grupo e o que normalmente me torna bem aceito. Geralmente existem algumas outras religiões que são toleradas dentro de um grupo, mas nem sempre entre seus integrantes (por conflitos diretos entre suas bases/ensinamentos).

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Por exemplo: Aqui no Brasil é bem comum ser católico ou protestante (atualmente), mas já não é tão comum praticar o budismo, islamismo ou umbanda. De forma que, ao mudarmos de grupo ao longo do planeta, percebemos que essa aceitação/rejeição muda. Tente prospectar a religião católica na Índia, muito provavelmente você terá dificuldades (e até sofrerá com isso), por outro lado, o hinduísmo é bem aceito por lá.

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Eclipses: Solar e Lunar

ECLIPSES: SOLAR E LUNAR

Um eclipse resulta da ocultação temporária, total ou parcial, de um astro pela interposição de outro objeto celeste entre este e o observador (como é o caso do eclipse do sol), ou pela entrada desse objeto celeste na sombra de outro (como é o caso do eclipse da Lua).

Durante o eclipse solar, duas áreas bem definidas são projetadas na superfície terrestre: a umbra e a penumbra. Confira o modelo esquemático a seguir:

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A área umbral, ou seja, a área na qual a umbra se apresenta, é onde se manifesta o eclipse de forma total, onde fica totalmente escuro durante o eclipse. Já a área penumbral é aquela onde o eclipse ocorre apenas parcialmente, com uma breve sombra.

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Lua Cinérea ou Earthshine Lunar

Olá,

Um a dois dias depois da Lua Nova ocorre um evento chamado luz cinérea, cujo termo em inglês entrega sua verdadeira origem: earthshine (brilho da Terra). Há 500 anos este fenômeno foi descrito e desenhado por um conhecido artista italiano de múltiplas habilidades: Leonardo da Vinci.

A luz cinérea acontece poucos dias antes e depois da Lua Nova, quando a maior parte do hemisfério noturno da Lua está voltado para nós. Como a Terra reflete muito mais luz do Sol que a Lua, nosso planeta acaba iluminando seu satélite por reflexão. E embora essa luz seja muito mais fraca que a solar, a porção escura da Lua acaba se tornando visível por contraste.

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BATE E VOLTA O Sol ilumina a Terra, que reflete parte dessa luz. A luz refletida atinge a Lua, iluminando levemente sua face escura, mas parte dela é enviada de volta, e nós enxergamos uma luz cinzenta. Gravura: ESO e L. Calçada. Fonte: Costa, J. R. V. O brilho de da Vinci. Astronomia no Zênite, jan 2015.

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Solstícios, Equinócios e a astrofotografia

No decorrer do ano, o movimento de translação da Terra (movimento que a Terra, ou um planeta, executa em torno do Sol de forma elíptica. Esse movimento influencia nas estações do ano) parece provocar lentamente uma espécie de dança do Sol na esfera celeste.

Observe que em alguns meses o Sol está em uma janela e em outros é possível ver ele se pondo de outra janela ou da varanda. Enquanto esta dança do Sol vai ocorrendo ao longo dos 365 dias do ano, outras danças ocorrem, como por exemplo a Lua, que, no seu movimento de translação em torno do nosso planeta, vai nos mostrando diversas fases, desde uma discreta aparição à iluminação total na noite.

SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS

A inclinação do eixo de rotação da Terra, aliada ao seu movimento de translação, interfere na quantidade de incidência de raios solares recebidos na superfície terrestre. Como resultado, têm-se a existência das estações do ano (Primavera, Verão, Outono e Inverno) e uma diferença na duração dos dias e das noites, ao longo do ano.

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Qual a relação entre nossos olhos e a visão do cosmo?

Olá,

Somente é possível observamos e registrarmos a beleza do mundo graças aos nossos olhos, porém, apesar de serem “câmeras bem avançadas”, possuímos algumas limitações. Falaremos um pouco sobre o comportamento da nossa visão, e como usar esse conhecimento no momento da astrofotografia.

CONES

Cones são as células capazes de distinguir cores. A imagem fornecida pelos cones é mais nítida e mais rica em detalhes. Há três tipos de cones, cada um especializado na captação de diferentes comprimentos de onda – Longos, médios e curtos, que são mais conhecidos no mundo da fotografia como RGB (Red, Green e Blue), ou seja, um que se excita com luz vermelha, outro com luz verde e o terceiro com luz azul, e a partir destas cores se formam todas as outras. O gráfico abaixo mostra a sensibilidade de cada tipo de cone para todo o espectro de luz visível, com um comprimento de onda entre 380 e os 750 nanômetros (é a subunidade do metro, correspondente a 1×10−9 metro, ou seja, um milionésimo de milímetro ou um bilionésimo do metro. Tem como símbolo nm.

Espectro de Luz Visível
Espectro de Luz Visível

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Magnitude – brilho das estrelas e outros objetos

MAGNITUDE – BRILHO DAS ESTRELAS E OUTROS OBJETOS

M41, also known as NGC 2287, is a bright open star cluster located in the constellation Canis Major
M41, also known as NGC 2287, is a bright open star cluster located in the constellation Canis Major

Observando as estrelas, já percebeu como algumas brilham bastante e outras quase não conseguimos ver? Desta forma, podemos concluir que as estrelas possuem intensidade de brilhos diferentes, já que todas estão a distâncias diferentes em relação à Terra, além é claro, de outras particularidades, como diferentes diâmetros, massas, densidades, características espectrais e etc. Para esta intensidade de brilho de determinado objeto, quando percepcionada a partir da Terra, damos o nome de magnitude aparente. Observem que esta magnitude aparente não é associada apenas a estrelas, mas a qualquer objeto celeste natural e até artificiais, como satélites ou a estação espacial, por exemplo.

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Como ocorre o fenômeno de formação das fases da lua?

Olá,

Meu nome é Priscila e está é a minha primeira participação no blog, Sou astrônoma e astrofotógrafa amadora e você pode conferir o meu trabalho neste link do astrobin:

http://www.astrobin.com/users/Priih.gomes/

Sou também graduanda no curso de  licenciatura em física, agora que vocês já sabem um pouco sobre mim, vamos ao que interessa!

Já reparou que a lua sempre está com uma configuração diferente no céu?! Há dias em que ela está cheia e outros que ela nem esta visível. Esse fenômeno chama se fases da lua. Você sabe como ele ocorre? Não?! Explicarei como ocorre este fenômeno, vamos lá?

explorando-ciclo-lunar-2Este fenômeno ocorre devido ao movimento da Terra, Lua e o Sol. Sabemos que estes três astros estão em constante movimento. A lua em movimento de translação (clique aqui para saber mais) na órbita da Terra  e a Terra, por sua vez, em translação na órbita do Sol.  Você pode conferir uma simulação da translação da Terra em torno do sol neste link: http://daed.on.br/astro/movimentos-da-terra , recomendo também que leia o artigo sobre o lado oculto da lua (https://unidospelaastronomia.wordpress.com/2015/09/02/a-verdade-sobre-misterioso-lado-oculto-da-nossa-lua/).

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Lançamento da ESCOLA PÚBLICA DE ASTROFOTOGRAFIA

ATENÇÃO!!

Segue piloto da Escola Pública de Astrofotografia.

http://www.aprenderlivre.com.br/moodle/enrol/index.php…

No momento temos três aulas disponíveis. Estou tentando manter as aulas rápidas, para que facilite o aprendizado.

Plataforma moodle, exige um cadastro, que acredito não ser difícil de fazer.

Quem tiver sugestão, pode deixar aqui.

Conteúdo disponível até o momento:

AULA 01

INTRODUÇÃO

Conceito geral sobre a astrofotografia

Visão do autor

Objetivos do curso

AULA 02

DADOS E COMPLEMENTOS ESSENCIAIS

Sistema Horizontal ou Altazimutal de Coordenadas

Pontos Cardeais

Azimute

Altura/Ângulo de Elevação

O diâmetro angular de um objeto

AULA 03

Visão – o comportamento do olho humano na captação da cor e da luz

Cones

Bastonetes

A pupila e a adaptação noturna

Magnitude – brilho das estrelas e outros objetos

Magnitude aparente

Limites do olho humano

Missões Apollo, lado “oculto” da lua, sons misteriosos e a teoria conspiração.

Olá,

Mais uma vez vi circular uma matéria especulativa acerca da Lua e seus mistérios “ocultados” pela NASA, enfim, rolou de forma intensa em todos os veículos na Internet.

Trata-se da reportagem “Astronautas da Apollo 10 ouviram barulho estranho atrás da lua“. A matéria original, da gravação de assovios agudos – com um total de uma hora de duração – foi apresentada na na série “Os documentos inexplicáveis da Nasa “, do canal de televisão a cabo Discovery Channel (quando vejo estes títulos…enfim, a Discovery já foi mais rigorosa, mas parece que tá entrando na moda E.T. do History).

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Veja o site oficial sobre a missão Apollo11: http://www.nasa.gov/content/apollo-10-was-moon-landing-rehearsal-eft-1-preps-for-trips-beyond

Em um artigo publicado aqui anteriormente, já falei sobre as falácias do lado “oculto” da Lua, leia aqui: A verdade sobre o misterioso lado “oculto” da nossa lua.

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Qual o real formato do planeta Terra?

Olá,

Em meio à grande notícia de ontem (A detecção das ondas gravitacionais, conforme previsto por Einstein há 100 anos e publicado no LIGO – comunicado de imprensa ), gostaria de de ratificar um assunto que parece ainda criar complicações (principalmente nas mentes complicadas), acerca do formato do nosso planeta Terra. Não vou nem entrar no mérito dos que discutem se a Terra é plana ou não, pois este assunto já foi debatido em outro artigo (e dói bastante pensar que algumas criaturas ainda discutem isto, em pleno esplendor da ciência, cujo feito se assemelha ao apontamento de Galileu, com sua luneta, para o céu, espaço e todo um cosmo.

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Inicialmente, vou destacar parte de um capítulo do Módulo 01 do curso de cosmologia do ON, conforme coloco aqui: “Conhecer o tamanho e a forma do nosso planeta era vital para o desenvolvimento da astronomia. O primeiro vestígio de que a Terra não era plana veio dos navegadores. Em terra firme, as irregularidades da superfície mascaram a curvatura da Terra. No entanto, em alto-mar, quando este está bem calmo, esta curvatura é perfeitamente notada ao vermos que um navio que se afasta misteriosamente desaparece abaixo do nível do mar no horizonte distante.
Mas isto poderia nos levar a imaginar que a Terra tem a forma de um cilindro. No entanto, este fenômeno ocorre em todas as direções, o que nos faz supor que a Terra é redonda. […] Mesmo assim os antigos ainda podiam argumentar que somente uma parte pequena da Terra havia sido explorada e, portanto, somente esta parte seria esférica. As partes remotas poderiam ter outra forma.
Hoje, ninguém mais pode ter dúvidas sobre a forma da Terra. Ela não é
perfeitamente esférica uma vez que o diâmetro de um pólo ao outro é 42 quilômetros
menor do que o diâmetro no equador. No entanto, é errado dizer que a Terra tem a forma de uma tangerina. O diâmetro da Terra no equador é de cerca de 6500 quilômetros e a diferença de 42 quilômetros não significa muita coisa a não ser que a Terra é muito menos achatada do que qualquer tangerina ou parente dela.
As medições mais recentes, bastante precisas e delicadas feitas principalmente por satélites artificiais, mostram que o nosso planeta tem uma forma que se assemelha, muito ligeiramente, a uma pêra. Mas, cuidado ao afirmar isto. A Terra não tem a forma de uma pêra! Se quiser ser técnico, diga que a Terra tem a forma de um esferóide oblatado.
É importante lembrar que o conhecimento de que a Terra era redonda não foi perdido nos séculos seguintes. Assim, nem Vasco da Gama, nem Cristóvão Colombo, nem Pedro Álvares Cabral, nem qualquer outros dos grandes navegadores ou qualquer dos seus contemporâneos com cultura, tinham medo de cair da borda da Terra durante suas viagens para o oeste na tentativa de achar um caminho marítimo para as Índias.”

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